Passos da Editoração

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Se você escreveu e deseja organizar os escritos com a intenção de imprimi-los, apanhe os seus alfarrábios ou os arquivos digitalizados. Você digitou os textos e deseja transformá-lo em livro, vamos conferir e organizar as páginas para classificá-las, copidescá-las, e colocá-las numa ordem compreensiva. Vamos estabelecer a ordem de assuntos numerando as páginas e nomear o que falta.

“Quem quer que tenha algo verdadeiro a dizer se expressa de modo simples. A simplicidade é o selo da verdade”.
Shopenhauer (1851)

Este ensaio tem por finalidade levar uma visão motivadora para quem deseja escrever textos com finalidades e objetivos editoriais. Vamos seguir o caminho mais fácil, por isso necessita-se de empenho para atingir este objetivo que é a confecção de textos. Indica-se de início duas questões: 1º. Que o autor escreva de forma estabelecida o que quer dizer, para que os textos possam trafegar pelas seções da editoração sem atropelos e logo atingirem ao setor de impressão. Uma explicação: teremos de nos resignar à “peregrinação” (autor/editor), mesmo que você tenha executado o texto com o rigor, objetivo e finalidade editorial. O autor deve sempre ter em mente que este é o caminho para custos menores com ganho de tempo.Imagine primeiramente que seu texto deverá conter três partes fundamentais: introdução, capítulos e conclusão. É preferível usar estes indicadores e procurar escrever correto de uma só vez, ao invés de, o mais das vezes, ter de refazer o escrito na hora da leitura principal, concebendo um “ninho de foguetes” (do revisor), em um texto com infindáveis sinais para consertos. Devemos aliviar sobremodo a tarefa dos implantadores (digitadores), para que não fiquem a soletrar e investigar ou interpretar o que significa essa ou aquela emenda na frase, no setor de composição ou revisão, (emenda – implante). As marcações devem ser explícitas para não prejudicar o significado dessa e daquela frase corrigida pelo copidesque ou revisor, proporcionando a famosa e inacreditável “demora excessiva”. Em outras palavras: Tudo a evitar três passagens: 1º. que o autor, ao escrever, dê “motivos” para retardo na passagem em cada setor de editoração, (copidesque) como por exemplo a frase: “O PASsARO passARO vo Omuit AUTO” do 2º. O implantador fique “cogitando” na hora das emendas, como por exemplo em uma palavra só conter dois ou tres sinais confusos, e 3º. Que o revisor fique “indagando” essa e aquela questão. Esses impedimentos fazem a matéria estacionar muito tempo num setor. O somatório desnecessário de ações foge ao plajenamento estratégico inicial e corresponde em muitos casos horas e até dias. Por isso é prudente construir o texto de forma equilibrada, o mais que puder, certamente a diminuir essa larga demora. É necessário, antes de tudo, verificar cautelosamente 1º. O que vamos escrever. 2º. quem vai ler (público alvo), e por que estamos escrevendo (atingir quais objetivos). Cada texto só deve ser iniciado com todos os ingredientes à mão.

Construir palavras e frases

É possível traduzir graficamente o pensamento. A maior parte das idéias começa a ser concretizada quando conseguimos colocá-la no papel. Se imaginamos quaisquer pensamentos, ações, gestos, modos, usos, costumes, e desejamos transferir essas idéias graficamente, usamos os caracteres alfanuméricos ou desenhos. Escrever envolve tempo, por isso quanto mais dedicação ao texto e a revisão, melhor qualidade ele terá. Além idsso é preciso reconhecer a necessidade da aplicação da convenção ortográfica das palavras. Qualquer palavra ou frase errada não tem volta. Errou, está errado. Na TV, na voz de um locutor, num jornal impresso é assim, fica registrado para sempre. A palavra é lida integralmente, não podemos ler a letra isoladamente. Dessa associação de palavras é que surgem as palavras e os símbolos construídos com o auxílio das sílabas, dos signos, sinais e códigos, pelas quais estabelecemos, enfim, a escrita. Portanto, cada palavra pode oferecer amplos significados. É preciso cautela. Para escrever precisamos conceber 1º. o assunto, 2º. o título e 3º. o esquema do que vamos escrever. Todo cuidado é pouco, é preciso que as frases e parágrafos fiquem ordenadas.
Textos comuns e complexos

Escrevemos com a mão ou por meio eletrônico. Com a mão é comum, às vezes, fazermos pequenos bilhetes de qualquer jeito. Esses são os textos considerados simples, convenhamos. Os considerados complexos, graficamente falando, por questão de agilização e ordem são feitos por meio de máquinas. Chamamos redigir, ou seja, escrever ordenadamente os caracteres alfabéticos e numéricos. No sistema eletrônico, dizemos: “Ela vai digitar o texto”. Significa que o escrito deve ser produzido dentro das regras da linguagem e da digitação. Deve-se ter cuidado ao usar os termos da língua e verificar o encaixe, pelas normas gramaticais, do que se escreve. Todo trabalho digitado deve seguir esses critérios. Desse modo pressupõe-se, em edição de texto, que esses mesmos conteúdos, dessa forma, oferecerão bom resultados nas tarefas subseqüentes da editoração. Ao final, por conta dessa correta edição integral de texto, este escrito oferecerá menos trabalho ao copidesque, e terá bom adiantamento no compto das tarefas da editoração. O texto que contiver consistência estrutural, irá colaborar com todas as fases da própria editoração. Os textos não compensados deverão ser refeitos.

Por todas essas razões nunca se deve esquecer o sentido correto das frases, interligações, interdependências de cada citação, indicações etc., e o necessário “encadeamento” das construções em cada parágrafo. Cuide dos parágrafos, eles é que darão a harmonia sobre a idéia do que vai ser dito. Cada parágrafo tem começo, meio e fim. Vai mudar de assunto, vá para o parágrafo seguinte. Use pronomes ou sinônimos para evitar repetição de palavras, desde que não prejudique a compreensão, use dicionários para ajudar, faça períodos curtos e seja objetivo na pontuação. Depois de tudo releia em voz alta para você mesmo. Nas frases não esqueça a ordem: sujeito, verbo e predicado. É necessário acrescentar que essa expressão “redigir” é parte da linguagem utilizada em ambientes profissionais. Quando fala-se redigir, significa construir textos para torná-los com formatos oficiais. É comum numa empresa alguém comentar: ”Este documento vai para o Estado de Goiás”, “Esse texto é para o diretor assinar”. Diz-se que aquele documento deve ser construído dentro de parâmetros editoriais, e por questão de ordem e estética, digitado em equipamento eletrônico. Lê-se, na linguagem das editoras: “O artigo já foi redigido”, “Esta digitação é deste capítulo”. Quem está ouvindo perceberá que algum texto foi confeccionado e editorado dentro dos parâmetros gráficos. Foi estabelecido um planejamento gráfico, ou seja, o formato com suas características (elementos gráficos e textuais). A utilização de corpo e família adequados, medidas estipuladas de altura e largura, espaço necessário a serem utilizados, indicação de recuos de texto, entrada de foto ou não. Tudo é preparado antecipadamente.

Textos complexos

Os textos complexos exigem mais conteúdos e são organizados, também, antes de sua construção. São os trabalhos que representam aquilo que foi aprendido cientificamente, e são decorrentes de questões interdisciplinares. É o resultado do que você estudou em nível científico e portanto, esses textos estão sob a orientação de um coordenador ou orientador. São os “trabalhos monográficos”, isto é, aqueles de temas específicos ou particulares indicados com rigorosa metodologia, e acima de tudo, originalidade. O trabalho é dividido em três etapas, são elas: pré-textuais – tudo que se refere as primeiras páginas; textuais – o que se refere aos conteúdos, (partindo do primeiro capítulo), e pós-textuais – o que se diz ao final do trabalho. Esses trabalhos devem traduzir a visão global com atividades de campo, análise e interpretação, relatório de pesquisa, etc, seguindo o esquema do que será feito, como e onde será realizada a pesquisa e quando será efetivada, sempre com precisão de respostas. Primeiro de tudo se fala do objeto, ou objetivos – o que será feito deve ser dito com precisão. Em seguida fala-se da “justificativa”, que é dizer o porque, em termos de contribuição e experiência, os fatos principais, a própria pesquisa, as hipóteses e sua justificativa – por quê? – os objetivos para quê e para quem? Tratar do problema em si, é falar do desejo de provar e explicar com limites bem definidos em relação ao referencial já estabelecido ou que se conhece. A área do conhecimento da ciência em que acontecerá o estudo deve ser manifestada. Deve ser apresentado um momento de uma indagação, é uma pergunta intrínseca e relaciona-se a uma dificuldade a qual se tende a resolver pelas questões apresentadas por você, mas sempre de uma forma interrogativa. Neste desenvolvimento abre-se a questão das hipóteses, que é uma tentativa de explicar o que você está explicitando. Vem em seguida a “justificativa” – o por quê? – que é uma explicação simples do que você acaba de realizar. É preciso que se fale das contribuições que o seu trabalho pode oferecer pela importância do tema, novas descobertas de soluções. Os fins teóricos e práticos, (para quê e para quem) – é o próprio trabalho, a própria razão do seu trabalho. (deve-se usar sempre os verbos no infinitivo para tirar a pessoalidade (avaliar, conhecer, identificar). Em seguida descreve-se a “revisão bibliográfica” ou “revisão de literatura” – que é isto? – é um capítulo com várias partes onde devemos fundamentar o trabalho de todas as formas. Este embasamento é o proponente enriquecedor das suas palavras. Pelas suas fontes é que se verificará o valor das suas colocações. Pela ordem, passa-se a descrever a “metodologia”, ou “material e métodos” utilizados, -– é o que se refere ao como e onde – São os elementos norteadores para a abordagem empírica – ou seja, de rotina – refere-se aos procedimentos e técnicas adotados. De forma explícita deve-se citar: métodos e procedimentos; técnicas de coleta de informações e sua análise; descrições de dados com detalhe como população, etc. tipos de amostragem e aspectos éticos da pesquisa. Passemos para os “resultados” que é uma panorâmica dos dados levantados. É o que se refere a complementações de dados para ajudar a compreender o que foi dito. São gráficos, tabelas, quadros, mapas, fotos, etc. – e “Discussão dos resultados” que é a coleta de dados e comparação do que foi alcançado. É a demonstração do que você acaba de defender como legítimo. E finalmente a “conclusão” – é a sua impressão verdadeira e a reafirmação do que foi dito. “Referências bibliográficas” é o penúltimo assunto, se você for colocar apêndices ou anexos. As referências dizem da listagem alfabética das publicações pesquisadas.

A pressa é inimiga

Grande parte dos textos são feitos com rapidez, por esta razão a possibilidade de erros aumenta e os deslizes vão acontecendo. Nas gráficas ágeis, ninguém pára, e as matérias necessitam de encadeamentos em várias seções. Por isso mesmo cada operação tem que apresentar as terefas correspondentes ao texto, todas de forma correta, pois a seção seguinte necessita daquele resultado para dar andamento à edição. É justamente aí o nó difícil da questão. Todo escrito necessita ser reorganizado, antes de tudo, por amplos motivos. Se a própria pessoa for reler ou reavaliar, depois de digitado, certamente irá modificá-lo. Assim, ao redigir o texto, encaminhe-o para um copidesque (alterações e refazimento). Na editoração de livros, se não utilizamos esse processamento – copidesque – como irá ficar este livro sem as clarividentes opiniões desses profissionais? Certamente que a grande maioria dos livros são corretos porque passam pelo crivo desse profissional abnegado. Eles “limpam” e “refazem” o texto de forma a equalizar a linguagem até aproximar, o mais que podem, do texto ideal, isto é, aquele texto que vai ser de domínio público. (O autor pode exercer essa função desde que ele seja experiente editor e conhecedor de revisão gráfica). Mas é necessário que se faça tudo há seu tempo. O autor escreve, o copidesque refaz, a composição redige (se for o caso), a revisão lê e relê, a composição implanta, a revisão corrige de novo e encaminha para a confecção do vegetal, se for em gráfica simples. Se em jornal, segue direto para a impressão. Não pode faltar nada na página; se faltar uma legenda no fechamento de uma página, mesmo que seja por motivo de dúvidas em sua formação, isto pode impedir o andamento de uma edição. Desde que alguém detecte o problema. É importante dizer que sem a legenda correta, qualquer página pode não ser “fechada”, ou “liberada”, e consequentemente este fato vai romper a programação do fechamento da edição, ou daquele caderno a qual pertence o assunto. Que fazer? Todos estão em dúvida quanto a redação daquela legenda. A melhor, mais garantida e menos dispendiosa fórmula de resolver a questão, é solicitar a participação do revisor gráfico – profissional exclusivo desse assunto – Ele deve estar ali do lado, acompanhando todo e qualquer processo de editoração. É o responsável direto pela linguagem do texto, afinal, nenhum texto pode sair errado. Essa é uma tarefa exclusiva desse profissional, o revisor. Ele vai investigar, através das suas fontes, para, em seguida, liberar corretamente para a tarefa seguinte aquilo que está sendo posto em questão. Do pergaminho ao i-mail, o revisor é fundamental.

Revisar é preciso

Quem não desejar passar por atropelos ou vexames, no decorrer da confecção das páginas, seja de revista, livro ou jornal, ou outro tipo de impresso, não pode esquecer de convocar o revisor. Deve-se reexaminar o texto antes de copidescá-lo e também depois de digitado. A primeira prova só deve ser composta quando não houver mais nenhuma incidência do autor. Ele terá a oportunidade de reexaminar o texto e mediar com o copidesque (se for o caso) a fim de decidir a finalização do mesmo, uma vez que as digressões são passíveis de soluções, mas, só neste momento.

Aproxima-se a impressão

Até o momento da impressão já vimos que são várias as operações de verificação no texto. Somente depois de analisadas as provas por um revisor, e feitas as revisões na 1º prova, 2º ou 3º , ou mais, se for o caso, as páginas poderão seguir o seu caminho. Em seguida o texto segue para a diagramação e formatação, seguindo o planejamento. Para evitar deslizes deve-se revisar e retornar para a composição. Da composição seguem as páginas formatadas para uma última análise na revisão, somente depois de todo esse processamento é que os textos são encaminhados para a confecção do vegetal para depois seguirem para a montagem nas chapas na impressão e os processos de acabamento.

Há séculos do mesmo modo - A HISTÓRIA

Nos mosteiros da Idade Média, onde eram produzidos numerosos escritos, havia verdadeira competição entre os produtores de texto. Os escribas, copistas, revisores e ornamentadores, sabiam que quanto mais aprimorado o produto, mais valor ele tinha. Ao iniciarem as tarefas diárias, primeiro conferiam com austeridade tudo que havia dentro do ambiente de trabalho, ou seja, o que estava à mão dentro do escriptorium. Os primeiros passos eram: garantir ânimo para o estafante trabalho intelectual e, a própria organização do objeto, pois sabiam que o meticuloso serviço lhes consumiria longas horas, até dias, mas nada deveria tirar-lhes a atenção. Para exercitar a caligrafia, não cometer falhas ou enfrentar lapsos de memória, evitavam a todo custo conversas frívolas e qualquer tipo de distração. Conferiam também o conforto do ambiente de trabalho, o silêncio, a luminosidade, os cartuchos de tinta, as penas, as raspadeiras, os pergaminhos e a ventilação. Assim se faziam os manuscritos que valiam “peso de ouro”, pois eram bem copiados, corrigidos e encadernados para exposições nas grandes bibliotecas.

Escrever com base

Sabemos que nas práticas editoriais, a obediência dos princípios éticos e científicos, quando bem definidas, determinam a qualidade da editoração de um trabalho.É necessário que se tenha comportamento adequado diante da produção de conhecimento. Daí para frente é preciso raciocinar corretamente, sabendo ser cuidadoso em afirmar ou negar. É necessário saber fundamentar com referenciais teóricos ou empíricos, conforme os fundamentos das próprias pesquisas. Ao encerrar os textos devem-se rever as questões morfológicas (formação das palavras e de suas flexões), a sintática (leis da linguagem), com o apóio das gramáticas, manuais e dicionários a observar as concordâncias dentro das construções, além de ficar atento ao seguir as regras da pirâmide invertida e o esquema (o que, quem, quando, como, onde, por quê), além de manter os auxiliares de consulta à mão. É preciso saber se comunicar corretamente. O vernáculo é a principal ferramenta para transmitir os conhecimentos, é o instrumento através do qual se lapida a notícia ou a informação. É preciso dominar a matéria escolhendo palavras adequadas, pois elas adquirem fortes poderes, quando escritas, de forma a não permitir interpretações divergentes ou decisões contraditórias em volta do assunto. A erudição muitas vezes só compromete e afasta o leitor a quem o seu serviço é destinado.

Nos textos evite usar

• Esquemas de desdobramentos do texto
• Situações ilógicas
• Uso abusivo de abreviaturas
• Exibicionismos com a linguagem
• Aliterações e parênteses
• Uso de lugares comuns
• Maiúscula por minúscula
• Minúscula por maiúscula
• Estrangeirismos e gírias
• Generalizações e repetições de palavras
• Abusos de citações e frases incompletas
• Uso específico da voz passiva
• Pontuação incorreta e regionalismos
• Gerúndio e frases longas
• Paralelismo imoderado em sua conclusão
• Uso inadequado de símbolos e sinais
• Melhorar o texto
Dedicar-se a revisão

Escrever e revisar demanda tempo, esforço e trabalho. É preciso prática de leitura de muitos livros. É humanamente impossível escrever sem que, depois de pronto, alguma inserção não seja necessária. Mesmo com conhecimento das regras gramaticais, estratégias de favorecimento do texto, citações clarividentes, domínio do assunto, recursos de enriquecimento ou possuindo experiência redacional. Ainda assim, é possível fazer adequações e substituições formais para melhorar o texto. Por isso mesmo, é necessário, nas editoras e jornais, o profissional copidesque com experiência para ocupar tal atividade. Este profissional tem autonomia para ajustar o seu texto em primeira instância e melhorá-lo em todos os aspectos. Torná-lo de forma imparcial é uma das suas tarefas. É um procedimento inadequado e improducente solicitar ao setor de confecção de textos uma primeira prova de composição, sem que antes o texto tenha sido definido previamente pelo autor e copidesque. É necessária essa ação da qual não se deve abrir mão. Esse procedimento inicial facilita sobremodo o desempenho e o fluxo das ações seguintes. Após a definição do texto a publicar, o trabalho deverá ser rigorosamente revisto na seção de composição. As marcações de destaque são encaminhadas à digitação, isto é, ao profissional especializado que trabalha com finalidades e objetivos editoriais na composição eletrônica (implantador). Este profissional é preparado para a sua tarefa, tem senso crítico suficiente para adequar todos os elementos gráficos e textuais ao padrão organizado de cada página e eliminar os que, porventura, tenham sido acrescentados como ornamentais desnecessários que só distraem o leitor. Ao final, a nova prova digitada e formatada e, quando impressa será chamada de primeira prova, paginada ou não. Nela serão identificadas e marcadas pelo revisor as primeiras incorreções da digitação e todos aqueles erros que ainda permanecem

Revisão gráfica

Revisão gráfica quer dizer ”ver de novo”. É a acurada análise dos elementos gráficos e textuais, juntamente com a aplicação das regras gramaticais embutidas na formação de cada linha. Pode ser revista, jornal, livro, manual, carta, folder, apostila, tese, dissertação, monografia, todo e qualquer trabalho escrito. Em primeiro lugar, quando se vai revisar, elementarmente deve-se receber a prova e o original correspondente. As marcações serão fundamentadas no papel (para que depois possamos identificar o que foi feito). Somente depois dessa ação é que, através dessa matriz, passamos para a composição que irá implantar os consertos. Essa ação se repete tantas vezes quantas sejam necessárias, até que o texto seja liberado integralmente pelo revisor. Revisar no computador, no pent drive ou CD, não é recomendado. Revisa-se no papel e implanta-se depois. Caso você venha receber o texto no CD ou pent drive, ou por transferência de imagem, a revisão pode ser efetivada, (mas você fica sem a matriz do que o revisor fez), No computador o revisor deve verificar o texto, através do corretor ortográfico, pois a sua tarefa será minimizada a partir dessa operação. Em seguida logo dará início ao processamento artesanal de leitura, que deverá ser minuciosa, para poder detectar filigranas e digressões ainda existentes. É o trabalho artesanal do revisor, afinal, revisar é o lado lírico da comunicação. É natural digitar e cometer erros de transposição de letras, de omissão, de inserção, de substituição, separação e repetição de palavras, de parágrafos, uso indevido de maiúsculas, itálicos etc. mas o revisor deve detectar esses elementos extras, ele é treinado para garimpar erros, deverá estar atento para captar todas as incorreções existentes e adequar os escritos à ABNT.

Quem é o revisor

Revisor, em termos gráficos, é todo aquele profissional formado em Letras Vernáculas ou Comunicação Social. Esta composição foi efetivada há alguns anos pelo Ex-Ministro do Trabalho Almir Pazzianotto com a intenção de integrar os conhecimentos da Comunicação social com as Letras. É necessário que a familiaridade do revisor seja com o texto a revisar, para isso ele tem que ser detentor das regras gramaticais além de como fazer o equilíbrio de todos os elementos gráficos, (além da diagramação, fotos, formatação, tipologias; e se predispor a ler e reler textos com a intenção de adequá-los às exigências da editoração. Todos podem ser, a princípio, revisor de texto, desde que tenha habilitação e habilidades para a profissão, de fato e de direito. A intenção é garantir a fidelidade dos textos que irão a público e abominar a pirataria.
Tipos de revisão
Revisão acompanhada – Este modelo de revisão refere-se ao revisor que lê a prova e o outro acompanha, no original, conferindo o que é correto e observando se há erros. (acompanhante de revisão é aquele lê com o revisor – um acompanha a leitura, o outro lê em voz alta). Deve-se discernir bem o que está a ouvir e o que está escrito para manifestar-se quanto ao que ouviu, se há ou não divergências no original, uma vez que este deve ser seguido com rigor.

Revisão a dedo – corre-se o dedo nas palavras e examina-se a prova ao mesmo tempo.

Revisão cotejada – Quando a prova é vista de forma geral. Examina-se o começo e o final de cada linha.

Revisão batida – quando a primeira prova cai sobre a segunda, para examinar se as linhas correspondem. Não importa que uma prova esteja em um corpo e a outra no corpo seguinte.

Revisão técnica – Exige bastante experiência. Além de conferir a linguagem vernacular é preciso reconhecer os conteúdos.

Revisão vernacular – deve ser feita na última prova. É aquela em que você vê integralmente o texto diagramado e formatado, juntamente com todos os elementos gráficos e textuais. É a última revisão de prova paginada antes da impressão, quando você analisa o texto em definitivo.

O valor da revisão

Não existe impresso sem revisão. O impresso que não contiver a assinatura de um revisor, corre o risco de ser impresso novamente. Imprimiu sem revisão, se tiver alguma palavra errada, deve imprimir de novo, mas para isso tem que ter novo papel. A função do revisor não é só consertar palavras, é necessário que ele saiba dialogar sobre os assuntos questionados, suas nuances e adversidades, ter noção das dimensões dos assuntos, da sua exegese, da hermenêutica, das novas configurações, de como se apresentam àqueles assuntos em relação ao texto anterior. É necessário que veja as repetições, o uso inadequado de palavras e questionamentos repetitivos, palavras ou expressões corriqueiras, termos pobres, desajustada separação silábica, mal-formações de texto, título e diagramação, além de ter que sugerir o que deve ou não ser melhor para qualquer texto.

Ações do revisor

A primeira atitude de um revisor, ao iniciar o trabalho, é verificar ou conferir o original. Em seguida examinar se as páginas estão numeradas em ordem, se falta alguma página ou capítulo em relação as pré-textuais, textuais e pós-textuais. A partir desse momento deve-se voltar para o texto e exercitar toda a concentração. Do contrário ele iniciará mal a sua tarefa de rever as provas. O início da leitura é fundamental para que ele absorva de início o assunto que vai ser trabalhado. A partir daí, os seus questionamentos se tornarão fluentes, assim como a compreensão integral do conteúdo.

Como sinalizar

e você deseja ser revisor, conheça a simbologia gráfica dos sinais internacionais. Ao ler o texto identificamos as modificações. Marcamos dentro do texto, em cima do erro, ou na letra errada, ou entre palavras, ou o que faltar; seja que tipo de erro for, marcamos em cima do erro com uma pequena barrinha vertical, maior que a letra, identificando o próprio erro. Elegemos o sinal gráfico correspondente, e na altura da mesma linha do erro, na margem direita, distante um centímetro da margem, marcamos novamente primeiro sinal gráfico correspondente depois a barra de advertência que é uma barra maior, inclinada para a direita.

Sinais gráficos utilizados

Usamos o sinal de suprimir, abrir espaço, transpor, unir, aproximar, descer, correr para dentro e para fora, abrir parágrafo, virar, finalizar texto, ligar período, cortar, retirar, negrito, separar. Grifar, alinhar, etc. para citar alguns mais utilizados.

O revisor preocupa-se

Com as características do texto. O vocabulário utilizado, os períodos, as maiúsculas e minúsculas, os nomes próprios, os numerais, a separação de sílabas, os substantivos, os realces, as remissivas, a pontuação, os padrões, a legibilidade, a organização, os tipos, os significados, os estrangeirismos, os neologismos, os nomes inadequados, além das construções gramaticais, o que se refere a fonética e a fonologia, à morfologia, à sintaxe, e estilística, formação das palavras e uma lista de outras verificações. Nos documetos monográficos deve-se examinar a introdução, material métodos, resultados, discussões e conclusões. É natural rever as regras de apresentação de cada trabalho, no que se refere a formato; margens, espacejamento, títulos, corpos, paginação, numeração progressiva, citações, siglas, equações e fórmulas, ilustrações, e tabelas, ficha catalográfica, ISSN, ISBN. É necessário verificar os elementos de capa, lombada, folha de rosto, erratas, folha de aprovação, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, resumo, listas e sumário. Ver todos os elentos pré-textuais, textuais, e pós-textuais, referências, glossário, apêndices, anexos, índice etc. Ao término de suas tarefas o revisor deve assinar e datar a sua prova com a finalidade de futuras identificações.


Roberto Cunha Lima


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